A realidade do mercado aponta para uma nova tendência no setor de provedores de internet: mudar o modelo de negócio e, em vez de oferecer planos baseados na velocidade de conexão, passar a ofertar opções personalizadas de acordo com o perfil de consumo do cliente.
Isso acontece porque as empresas estão percebendo que o modelo atual está, aos poucos, se tornando desvantajoso. Ao focar na velocidade e não na necessidade dos planos, muitas vezes os provedores acabam oferecendo mais do que o cliente realmente utiliza.
Aliás, trata-se de uma via de duas mãos, uma vez que o usuário pode, dependendo do caso, estar pagando por muito mais do que suas atividades diárias demandam.
Um exemplo: um mesmo plano de 10 MB de velocidade pode ser contratado, simultaneamente, por clientes em que o consumo é focado em jogos on-line e no download de mÃdia, e, no extremo oposto, por usuários que utilizam a internet apenas para navegação e leitura de e-mails.
Buscando mudar o seu modelo negócio, algumas empresas basearam-se no que é feito na telefonia móvel e passaram a oferecer planos focados na franquia de dados, e não na velocidade de navegação.
Enquanto algumas companhias cobravam pelo excedente utilizado além da franquia contratada, outras promoviam seus serviços baseados justamente na quantidade ilimitada de dados em seus planos.
O problema é que criou-se uma lacuna: os usuários “comuns”, que consumiam internet apenas para atividades diárias, não sentiam os efeitos desses benefÃcios. Já os heavy users (aqueles usuários que fazem uso intenso de um produto ou serviço) precisavam assinar planos muito caros para suprir suas necessidades.
Enquanto não ocorre essa mudança no mercado, como os provedores podem fazer a gestão de tráfego dos clientes? Como entregar o que foi contratado sem gerar gargalos? São essas e outras questões que vamos tentar responder nesse post.
Acompanhamento de tráfego
Para controlar velocidade de conexão, hoje os provedores utilizam ferramentas especÃficas para realizar a gestão de tráfego de cada usuário. Esses softwares analisam a banda que entra no provedor e a quantidade que a base de clientes está utilizando, gerando gráficos de consumo.
Como essas ferramentas só são capazes de tomar ações de controle baseadas no histórico de consumo, é preciso deixá-las ativas 24 horas por dia para que, dentro de um ou dois meses, elas sejam capazes de realizar um controle eficiente baseadas nas informações coletadas até então.
As plataformas de gestão de tráfego, então, conseguem identificar não apenas a quantidade de banda consumida por cada usuário, mas também o tipo de plano que tem maior consumo. Isso permite à s empresas um controle de banda mais preciso e facilita a identificação de possÃveis gargalos.
Para entendermos melhor, essa forma de gestão de dados se assemelha, por exemplo, ao que é feito por certas distribuidoras de energia elétrica, em que a oferta é feita de acordo com a demanda, e não igualmente entre todas as subestações e regiões atendidas.
Com isso, o provedor evita o aparecimento de gargalos, precisando apenas repassar os dados de acordo com a demanda, mantendo um tráfego fluido até que eles sejam consumidos.
O monitoramento do provedor deve ser feito 24 horas por dia. Para isso, as ferramentas de gestão de tráfego emitem notificações, seja por e-mail, SMS e até mesmo mensagens no WhatsApp, permitindo ter os dados sempre à mão para um controle mais eficiente.
Para fazer isso de forma eficaz, porém, a empresa deve ter conhecimento suficiente para que ela mesma não se torne o gargalo das suas próprias operações, evitando, assim, travamentos, quedas e oscilações.
Gerenciamento de infraestrutura de internet
É importante destacar que cada provedor deve fazer o também gerenciamento da sua própria tecnologia, para conseguir, de fato, entregar o que o cliente precisa.
Dependendo da alternativa utilizada, a banda necessária pode não ser efetivamente entregue. Isso acontece porque cada tecnologia tem seus próprios gargalos. O rádio, por exemplo, é mais suscetÃvel a intercorrências que comprometem seu sinal. Assim, uma demanda de 10 MB enviada por meio dessa tecnologia dificilmente será atendida.
Por sua vez, a fibra óptica oferece mais estabilidade, sendo indicada para usuários com demanda mais alta, como gamers e outros clientes com maior consumo de banda.
Para realizar esse gerenciamento de tecnologia, o provedor pode utilizar os dados tanto de histórico de consumo quanto o próprio registro de clientes, tendo em mãos informações relevantes que permitem identificar o momento em que a sua estrutura está se tornando defasada em relação à demanda.
No entanto, essa é uma relação complexa e não se pode abandonar totalmente uma tecnologia considerada defasada, como é o caso do rádio em relação à fibra óptica.
Na realidade dos provedores brasileiros e os desafios de oferecer internet de qualidade em uma grande extensão territorial, tecnologias como o rádio são fundamentais para que o serviço seja entregue a toda à área de cobertura, especialmente em localidades com estruturas mais precárias.
E o seu provedor, como gerencia a infraestrutura de internet? Compartilhe conosco suas dúvidas e desafios em nossos comentários! Acompanhe o nosso blog para ficar por dentro das novidades para provedores.
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